segunda-feira, 31 de março de 2008

Psicologia de massas ou "os jornais é que se bão entergar disto"

Olha o que eu encontrei! Uma fotocópia de uma carta recebida há muitos anos numa empresa onde eu trabalhava:
"Senhor chefe pesso emensa desculpa por escrever esta carta, mas o que é certo é que não se pode comer massa com certos objeictos qte aparecem dentro dos pacote de massa..., macarronete riscado, a pessa tem o número 13 é de boracha preta e tem no lado uma pontinha de ferro dentro de breves dias mandarei publicar isto nos jornais portugues, para a televisão e para o rádio e também para a - ilegível - para todo o mundo saberem o que se está a comer em Portugal.
Com isto os melhores comprimentos para a companhia; tenhão mais cuidado tudo dentro de dias. Se acaso os senhores não se emportarem.
Desta que se assino.
..."
Acho que, na altura, os jormais não se "entergaram disto", mas lembro-me que a reclamante foi ressarcida do incómodo, tendo-lhe sido oferecido uma espécie de cabaz de Natal, com produtos da empresa.
A mulher não ficou satisfeita, queria era dinheiro, e, sentindo-se enganada, voltou a escrever dias depois :

"Senhor chefe peço emensa desculpa por escrever esta carta, mas o que está certo é que com respeito à pessa que encontrei na massa beio cá o senhor ... para vire a resouber o problema da peça defacto que eu lhe dei a peça, eu pedi-lhe 20.000$00 mil escudos e o Senhor ... deu-me meciaria, 3 quilos de ..., dois de arroz, dois de farinha, 2 pacotes de ..., 6 pacotes de ..., meio quilo de ..., agora gostava de saber se essa meciaria se val 20.000$00, mas olhe a mim quem vale é ter a foto cópia da peça e ter detemunhas como foi para a rua com a panela de massa e a borracha lá dentro os jornalistas vão fazer uma vou-a palhaçada. Já telefonei para o Jornal de Notícias disserão-me que vinhão por tuda a Semana para eu ser ouvida de uns passão para outros.
Com isto os melhos cumprimentos
..."
Digam lá que não é uma ternura...
O que diria ela agora das "vou-as palhaçadas", que nos entram pela casa dentro a cada telejornal?

6 comentários:

O Réprobo disse...

Querida Maria V,
a Mulher andava, verdadeiramente, aos esses. Mas não devemos dizer mal de quem tem detemunhas. É caso raríssimo.
Beijinho

ana v. disse...

Eu trocava de caras uma pessa de borracha por um cesto com meciaria, que é muito mais útil! Há gente muito mal agardecida...

O que é Nassional, é vom!

Beijos

Huckleberry Friend disse...

Nunca melhor dizido... ou escrevido! Beijos ainda a rir.

Sofia K. disse...

Disseste a palavra certa, uma ternura! Mas olha que ela 'coltivou-se' da primeira para a segunda, de pesso para peço vai um grande passo, ou ela diria paço?

beijos

tcl disse...

que delícia!fez-me lembrar uma reclamação que recebi uma vez de alguém que dizia que lá ao pé de casa estava tudo sujo e os cheiros eram inausibundos. juro! sou detemunha

MariaV disse...

Olá, Paulo
Pois é, é mesmo raro ter "detemunhas"!

Ana, também gosto de "meciaria", mas gostei principalmente do "selogane"!

Pedro, não devia ser "disido"?

É isso, Sofia: ela ficou mais "colta", o que prova que escrever é um "belicimo ezerssíssio"!

Delícia, Teresa? "Delíssia", podes crer! "Atão" não é?

Bjs para todos