quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Filha da Mãe

Pois é. Uma pessoa não aparece um dia (ontem), e já barafustam. Desculpem, sim? Não deu.
Mas deu para ter gostado de saber que alguém sentiu a minha falta.
E posso explicar:

Ontem apanhei um enorme susto: Era a Maria ao telemóvel "Menina, venha depressa. A sua mãe não está bem." Voei para casa, aflita, depois de dizer: "Vou já para aí. Chame o 112."
Graças a Deus era dia de Maria cá em casa. A minha Mãe sentira-se mal logo depois de se levantar. Estava deitada na cozinha, com duas almofadas e uma manta que a Maria fora buscar. Estava muito branca e muito assustada, mas explicou-me o que acontecera. Logo a seguir, chegou o INEM, com dois miúdos, que foram amorosos com ela - até a puseram a rir - enquanto avaliavam a situação, e que a levaram para o hospital. Eu fui atrás, nervosa, a perdê-los nos semáforos.
Entrou na urgência de ambulância, sirene a tocar, tudo. Quando eu entrei, encontrei-a num corredor, numa cadeira de rodas, a falar com o rapaz do INEM. "Hoje não há triagem. Isso depende da equipa que está de serviço. Mas a minha colega está a falar com o médico, a seguir já vêem a senhora e agora, já cá tem a sua filha, já podemos ir embora."
A seguir, em vez de a chamarem, um segurança veio dizer que eu não podia estar ali e que, ou ficava a doente, ou íamos as duas para a sala de espera. Fomos.
Duas horas depois - 2 horas - a minha Mãe de cadeira de rodas, em roupão (porque o INEM não a deixou mudar-se antes de sair de casa), em jejum, ainda na sala de espera apinhada de gente. O Estado paga o transporte em ambulância, com sirene e tudo, para as pessoas chegarem depressa às urgências. O mesmo Estado deposita-as depois numa sala de espera mal cheirosa durante 2 horas…
Quase mais uma hora depois, finalmente, lá foi vista por um médico – depois de eu já ter ido à recepção barafustar, depois de ter ido perguntar ao médico da Triagem, que entretanto já começara a funcionar, o que justificava aquela demora, e depois de eu ter ligado a uma amiga, que tem uma amiga que tem alguém no hospital e que lá moveu influências…
Depois de o médico a ver, a minha Mãe ficou mais descansada, largámos a cadeira de rodas e foi vestir-se numa casa de banho. Muitos exames depois, voltámos para casa, sem saber quase nada, nove horas depois.
É mais um exemplo do país que somos.
O pior é que a Mãe é a minha.

Hoje fomos ao cardiologista dela, para que ele a visse. Afinal é uma virose. Mandou-a para a cama, em repouso. Está com febre, mas bem-disposta.

E agora eu estou a fazer de mãe. De filha da Mãe.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Será possível?

Este homem tem o condão de me irritar desde que passou a "andar" por aí, com a sua péssima dicção, a sua boçalidade arrogante, o seu ar pseudo-vanguardista, e, ultimamente, o boné virado para trás, preto como tudo o resto. Mas li algures que Joe Berardo, sim, é desse mesmo que falo, a propósito dos últimos acontecimentos à volta do BCP, defendeu há dias que é necessário que haja transparência, para bem do país.

E disse mais: "O mal deste país é grande parte dos gestores não perceber nada da área onde trabalham. ... As pessoas não podem falar quando têm telhados de vidro. ...Os gestores são pagos para gerir os dinheiros investidos e devem ser-lhes pedidas explicações quando não o fazem da melhor forma. Se não dirigem bem vão para a rua. É simples."

Instintivamente, mudei uma palavra: substituí dinheiros investidos por dinheiros públicos. E aquelas afirmações fizeram ainda mais sentido.
O pior é que, nesse caso, as últimas frases não são verdade. Ninguém pede explicações a quem gere mal o erário público. Ninguém os manda para a rua. Não é assim tão simples.

Muitos dos que dirigem o país são incompetentes ou pouco sérios, ou as duas coisas ao mesmo tempo. Para cúmulo, são quase sempre arrogantes, e de uma leviandade que dói.
A maior parte dos que “são dirigidos”, ou não percebem nada, ou não querem saber, porque o que interessa é mesmo e só o ordenado ao fim do mês.

A mim, o que mais me assusta, é que cada vez mais gente vai ficando indiferente a este estado de coisas.

Há dias, em conversa com um amigo, chegávamos à conclusão que o que actualmente vivemos é, acima de tudo, uma enorme crise de valores.

Nós continuamos a queixar-nos, a dizer mal, a tentar não ver tanta leviandade. O país a ficar cada vez mais pequeno, mais triste. E os muitos que sentimos isto somos poucos para fazer mais do que criticar.


Se me dissessem que o Berardo daria o mote para um post meu aqui no Vou Pelo Sonho, eu achava que estavam a gozar. Mas deu! Ao que nós chegámos!

domingo, 27 de janeiro de 2008

Bons Sonhos

Faz hoje uma semana que comecei esta aventura a que chamei “Vou pelo Sonho”. Este “sonho” já me deu muitos bons momentos: de emoção, de reflexão, de diversão. Espero sinceramente proporcionar bons momentos também a quem aqui me visita.

Alguns haverá que procuram outras coisas, como alguém que entrou aqui à procura de “gente louca” e bateu com a porta 1 segundo depois. A loucura que procurava era certamente menos saudável do que a se cultiva neste blog…

Hoje, para variar, vou-me deitar mais cedo. Amanhã é 2ª feira, a fatídica, e vou tentar não começar outra semana de trabalho podre de sono e com enorme falta de paciência para o que me espera. Que isto do “sonho” tem-me feito deitar tardíssimo.

Durmam bem. Bons Sonhos!

sábado, 26 de janeiro de 2008

Lições

Atonement (Expiação) merece bem os dois Globos de Ouro que já recebeu - melhor filme e melhor banda sonora - e os outros prémios que ainda irá ganhar. É candidato a 7 óscares da academia americana e a 14 da academia britânica.
Vale a pena visitar o
site oficial do filme, nem que seja só para ouvir a música, genial, de Dario Marianelli.

Tenho a mania de “tirar lições” das coisas e este filme lembrou-me, entre outras (muitas), e que nunca compensa não fazer bem por mais que nos esforcemos por emendar depois.
De qualquer maneira, se toda a gente aplicasse isto, Ian McEwan não teria motivos – se é que são precisos motivos para escrever – para ter escrito este maravilhoso romance, e Joe Wright poderia não ter feito o filme.

Homem prevenido...


Há distracções que podem ser evitadas. E mais vale prevenir, que remediar.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Que leveza!

Quem anda aí

Nestes 5 dias de vida, o Vou pelo Sonho recebeu 178 visitantes e o total de curiosos foi de 390.

Ontem, fiquei excitadíssima quando vi que tinha visitantes de muito longe: de Macau, dos EUA, do Rio de Janeiro e… de Santa Bárbara de Nexes, no Algarve!
Hoje constato ter andado aqui gente da Suiça e do Luxemburgo.
A título de curiosidade, da Azambuja, nem uma pessoa.

De todos os que cá têm passado,13% leram em inglês o que escrevi. Coitados, nunca mais devem cá vir, mas eu percebo-os, se as traduções são daquelas manhosas que todos já experimentámos ao menos uma vez.

Do total de curiosos, 390, tiro para aí 190 – que deve ser o número total de vezes que eu tenho ido espreitar, para ver se ficou bem, se consegui linkar mais um amigo, se o texto desta vez já ficou justificado e direitinho, se apareceu mais alguém a comentar, se aquela fotografia que eu gostava de publicar finalmente ficou lá…

390 - 190 = 200.
Duzentos é então o número total de gente que aqui andou. O “SiteMeter” diz que 178 foram mesmo visitas. Ora, sobram só 22 curiosos.

Dos 178 visitantes, vou destacar 8: os oito únicos homens que já fizeram o favor de comentar e de me apoiar nesta nova (e difícil, para já) aventura. Curiosamente, cada um deles fez um comentário. Destes, os que têm blog e eu sei, já estão devidamente linkados nos Blogs Amigos.

178 – 8 = 170
Falta falar nestes outros 170 visitantes. São as minhas duas primas e uma amiga minha, que têm feito a despesa da conversa desde o primeiro minuto, e duas amigas delas que logo a seguir se juntaram à dança, e desataram a apoiar-me nisto também. 2 + 1 + 2 = 5. Todas elas estão também nos Blogs Amigos.
E também apareceu para me dar força uma amiga não blogueira que me chama “mãezinha”. 5 + 1 = 6.
Logo, 170 = 6.

Ou seja, 6 mulheres valem por 170 pessoas!
Sabem o que é isto?
A isto chama-se SOLIDARIEDADE FEMININA !

Obrigada a todos, mesmo àqueles que ainda só cá vieram de passagem, e, caso ainda não tenham reparado, eu sou mesmo assim.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Pensar

Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais

Alberto Caeiro, in “O Guardador de Rebanhos


É por isso que hoje não vou pôr aqui mais nada.

Apenas isto:

Parar para pensar
Pensar em não parar
Pensar em parar de pensar
Pensar em não pensar
Pensar em parar
Parar de pensar.

Amanhã, pode ser que o sol esteja lá fora outra vez à minha espera.

Distracções

Quem me conhece bem sabe que sou distraída.

Ligo a máquina do café e volto para a sala. Pouco depois, vou buscar o café. Desligo a máquina. Tenho só água limpinha e transparente, mas muito quente, verdade seja dita. Esqueci-me outra vez de pôr o café.
Sempre que isto me acontece, não consigo deixar de me rir.

O penúltimo carro que tive, desfez-se quase literalmente enquanto eu cantava em coro com o Milton Nascimento. De repente, vindo não sei de onde, aparece-me à frente um homem agarrado à cabeça. Só então percebi o estrondo que ouvira há momentos e a que não ligara. Parei de cantar. Fiquei sem carro e o homem também. Era santomense, ficámos amigos e prometeu-me enquanto esperávamos os reboques que a mulher me faria calulu de peixe. Ninguém se magoou, graças a Deus. E as minhas dores nas costas, que duravam há dias, passaram logo ali.

Para além de muito distraída, sou optimista por natureza.

O meu companheiro de desastre também devia ser: chamava-se Alvencido, "que quer dizer "aquele que vence"", como fez questão de me esclarecer na altura.


terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Óbvio, não?

Que raio será que faz deslocar pelo ecrã do computador, a seta do rato ?
Pois bem, já sei. Também querem ver como é?
Então vejam.

Afinal, eu tinha razão. Sempre achei que havia alguém, algures, que fazia este tipo de coisas que eu não faço ideia como se fazem.

Memórias de uma loja

Quando era miúda, adorava ir com a minha mãe às compras. Lembro-me de uma loja grande, com muitos empregados, onde íamos comprar desde meias a pijamas, desde fardas para as criadas a toalhas turcas. Era uma loja grande, com muitos empregados e com um nome que me fascinava: Princesa das Meias. Talvez por mencionar uma princesa. Como toda a gente sabe, as miúdas têm a mania das princesas. E embora não fosse uma princesa com nome de gente como nas histórias, nem fosse princesa das fadas ou de outra coisa qualquer mais apelativa, eu achava que aquele nome – Princesa das Meias – tinha um encanto especial.

Nas minhas brincadeiras de criança, quando brincava às lojas, fingia que era uma daquelas empregadas. Fingia, talvez, que era eu a própria “princesa das meias”. Não imaginava sequer que, muitos anos depois, quando essa loja já deixara de existir para dar lugar a um banco ou a uma loja de chineses, viria a trabalhar numa loja ainda maior e com muito mais empregados.

Onde continuo hoje, apesar de tudo.

Esta é uma loja com um nome diferente, que não vende meias nem turcos, e que não tem nome de princesa. Não digo o nome, por causa das coisas. Mas para que vejam que não é uma chafarica qualquer, posso dizer que tem sucursais por todo o lado, vende quase de tudo, e o negócio é de muitos milhões. Nem sei ao certo quantos empregados tem. É uma grande empresa.

Quando lá entrei, fui trabalhar para uma das lojas, uma das grandes. Trabalho agora noutra, e, ao longo destes anos todos, já estive em algumas.
Fui nomeada “Vendedora do Mês”, muitas vezes, nas várias lojas.

Mas isso foi antes.
Não no tempo em que os animais falavam, que eu não sou assim tão velha.
Mas no tempo em que as pessoas tinham valores, e os faziam presentes na vida da loja. Valores de respeito, solidariedade, ou, no mínimo, humanidade. As pessoas, empregados e chefes, respeitavam-se e eram amáveis. Era fácil amar aquela gente. Porque éramos amáveis e ser amável é isso mesmo: tratar os outros com amor, o que os leva, quase sempre, a que nos tratem da mesma forma.

Por isso era bom e era fácil trabalhar naquela empresa. Mesmo quando tínhamos que trocar as colecções de Verão para as de Inverno e ficávamos a trabalhar de noite, a abrir caixotes, a desembalar tudo, a arrumar a roupa nas prateleiras e a pendurar vestidos, casacos e fatos nos charriots. Muitas vezes, nessas alturas, nós “as miúdas”, como nos chamavam o Sr. Antunes e a Paula, o gerente e a chefe de loja, estávamos tão cansadas! E mesmo assim, porque nos sentíamos bem, de tudo fazíamos uma festa. Éramos tão novas!
Tínhamos ataques de riso, sempre que o braço direito daquele manequim se desconjuntava e depois era um inferno para o pôr de volta no sítio e enfiar a manga. E os chefes também achavam graça. E riam-se connosco, e era bom trabalhar assim.

Uma vez, uma empregada mais antiga que lá havia disse que o Sr. Antunes perdera um filho quase da nossa idade. Por isso era tão macambúzio. Mas connosco, os mais novos (sim, porque também havia rapazes, nas outras secções), ele ria-se muitas vezes. Achava graça à nossa juventude, acho eu. Ou lembrávamos-lhe o filho, e ele tinha ternura por gente nova.
O Sr. Antunes estava na empresa há muitos anos, fizera escola por ali. Ensinara, com o seu jeito meio cerimonioso e discreto, muitas gerações de novos empregados. E não havia ninguém que não o respeitasse e não gostasse dele.
Gozávamos com o capachinho – usava capachinho, coitado - mas ele nunca mostrou perceber, e, apesar do capachinho, e de ele falar da mulher, que trabalhara lá antes de abrir um cabeleireiro no bairro onde viviam, dizendo “a minha esposa”, era uma pessoa respeitável e respeitada. Porque sabia trabalhar, por nos ensinava a trabalhar, porque avaliava o nosso trabalho, porque sabia avaliar-nos e nos ajudava a melhorar, e porque era irrepreensivelmente sério. Era uma boa pessoa. Ponto final.

Coisas de gajas

Acabaram de sair daqui as minhas 3 blogueiras preferidas: a Ana, a Mad e a TCL.

Finalmente consegui juntá-las à volta da mesa, sem Empada (e agora eu devia pôr aqui um link para a receita mas não consigo; só consigo assim http://pasteisdenada.blogspot.com/), mas com uma carbonara, que, confesso, nunca me saiu tão mal. Mas acho que, com o barulho das luzes, leia-se o tinto, a conversa e a risota, elas me desculparão. A Ana trouxe desta vez a tal mousse de chocolate, com pinhões e tudo. Que, para salvar a honra da família, estava óptima.


Já depois da meia-noite, lembrámo-nos que podíamos aproveitar o know-how delas para eu agilizar a minha inter-acção com este meu recém-nascido blog.

Agora imaginem-nos às 4 à frente do computador, cada uma delas 3 a gritar coisas diferentes: "faz não sei o quê", "mete o hiperlink", "clica ", "não é aí, é no outro ao lado", "vai ao personalizar", "não, vai antes às definições", "sai daí, para trás, não, não era nesse", "põe lá agora", "faz editar", "grava", "não te esqueças que depois tens de fazer isto", e eu, qual barata tonta, a tentar ouvir tudo, aprender tudo, fazer tudo ao mesmo tempo. E, naturalmente a não assimilar coisíssima nenhuma.

Mas foi um bom esforço. Muito divertido, pelo menos.



E acho que as miúdas se deram bem. Eu gostei muito de as ter cá... e já não era sem tempo!



Elas saíram e eu sentei-me ao computador outra vez.

Onde terá ido parar o "coisinho" para pôr a letra toda igual? Não o vejo.

E NÃO CONSIGO FAZER NADA DO QUE QUERIA. Dá para perceber porquê, não dá?



Esta imagem aqui em baixo, que não podia ser mais pirosa, foi o que resultou do nosso pós-jantar.

O melhor é ir-me deitar...




E não havia uma fotografia menos pirosa para experimentar pôr aqui?!


domingo, 20 de janeiro de 2008

À laia de discurso dos Óscares

Obrigada

- às primas: à Madalena, que me transmitiu o bichinho, quando em Maio do ano passado começou a mostrar-se no seu Juro que tenho mais que fazer - e que ainda há pouco, pelo telefone, me ajudou a voltar a entrar aqui como dona da casa (só conseguia entrar pela porta da frente, mas eu queria mesmo era ir lá dentro, entrar pela porta de serviço, para arrumar minimamente as coisas antes de as visitas chegarem);
- à Ana, que abriu pouco depois a sua Porta do Vento, onde entretanto já encontrei amigos,e que, antes disso, tinha feito de mim a feliz proprietária da sua penúltima casa;
- ao João, uma das pessoas que mais admiro - e ele sabe porquê, que há séculos insistia comigo para escrever, e mais recentemente para criar um blog;
- à Filipa, minha querida sobrinha, irmã e amiga, a quem, sem avisar, "roubei" a fotografia que pendurei na entrada desta "casa", por parecer que foi feita para aqui estar;
- ao meu filho lindo e aos meus Pais fantásticos, que mais ainda do que todos os meus amigos, fazem de mim o que sou.

E pronto, agora vinha a cena das lágrimas, mas não me apetece...

Foi hoje!

A todos os que, há cerca de um ano, me incitam a ter o meu próprio cantinho na blogosfera, CÁ ESTÁ ELE!
Finalmente, decidi-me a deixar-me de esquisitices e a arrancar sozinha. E afinal, como me diziam todos, foi mais fácil do que pensava.
Prometo continuar a visitar-vos nos vossos blogs, até porque, como sabemos, isto é viciante, mas agora conto ainda mais convosco, porque estão todos convidados, sem dia nem hora marcada, e eu estarei aqui à espera das vossas visitas.
Não precisam de avisar nem de tocar à campaínha. É só aparecer.
Esta casa é minha mas também é vossa e eu adoro receber os amigos.


Pelo sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegamos, não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia a dia.
Chegamos? Não chegamos?

Partimos. Vamos. Somos.

Sebastião da Gama