A evolução dos assaltos.
quarta-feira, 28 de maio de 2008
Mudam-se os tempos...
segunda-feira, 26 de maio de 2008
Embirrações
Ora aqui ficam, para que conste, seis das coisas que mais me “encanitam”:
(1) A arrogância, muitas vezes a tentar disfarçar incompetência, de políticos e outros responsáveis pelo funcionamento do nosso país, “carreiristas” e sem qualquer sentido de serviço público, que se estão literalmente nas tintas para nós.
(2) Pessoas que insistem em se fazer passar por quem nunca foram nem nunca serão, para quem tenho um faro de perdigueiro.
(3) A propósito, o J. Berar.. – meu “ódio de estimação” – cujo nome até me custa pronunciar, tal é a alergia.
(4) Faltas de respeito, de toda a ordem.
(5) Fazer mal, quando se pode fazer bem.
(6) Todas as injustiças.
Escrevi isto de rajada, quase sem pensar. Olho melhor e chego a uma conclusão:
Afinal, o que eu não suporto mesmo é a injustiça, implícita em qualquer um dos 5 pontos anteriores:
(1) Quando os políticos e os outros apenas querem fazer curriculum, ou são incompetentes, não é injusto para os cidadãos? É!
(2) Se nos deixarmos enganar por alguém que não é aquilo que parece – felizmente, curei-me com a idade, e hoje tenho faro de perdigueiro para estas coisas – não nos sentimos injustiçados? Claro!
(3) Quem pagou o museu que o meu ódio de estimação fez crer que oferecia ao país? Será justo? E será justo dar ao homem a importância que o Estado lhe dá? Não haverá perigo de que as pessoas menos informadas e educadas pensem que ele é um “senhor”? E isso não é injusto para um povo que precisava urgentemente de ser educado? Claro que é!
(4) E tudo isto não são faltas de respeito para connosco? E nós merecêmo-las? Alguém merece? Não? Então é injusto.
(5) E é justo, para nós e para quem nos rodeia, fazermos mal o que podemos fazer bem? Conheci em tempos uma pessoa execrável que mandava numa empresa onde trabalhei, mas que defendia a seguinte máxima: “Até quando limpamos o rabo devemos fazê-lo bem”. E não é verdade? Será justo para o rabo que o deixemos mal limpo? Não! E não é justo que percamos tempo a fazer coisas mal feitas. Seja o que for… a vida é preciosa demais, para que a desperdicemos a fazer mal. É injusto para a vida!
(6) Tudo isto são injustiças, como é injusto termos que trabalhar com alguém que “escarra para o lenço” e que, apesar de lho dizermos, não aprende que isso não se faz, como já me aconteceu, é injusto ganharmos pouco e descontarmos imenso para o Estado ainda por cima gastar mal, é injusto que haja gente com muitíssimo menos do que nós, é injusto que escapem aos impostos muitos que ganham fortunas, é injusto termos de passar dias inteiros em corredores de hospitais se temos um problema de saúde, é injusto sermos maltratados por funcionários mal educados e sem brio profissional em qualquer repartição pública, é injusto querermos fazer melhor e não nos deixarem, é injusto os políticos e dirigentes instaurarem processos disciplinares a desgraçados que ganham o ordenado mínimo, “por dá cá aquela palha”, e nunca serem responsabilizados pelas suas incompetências, decisões erradas ou não-decisões, que tanto custam ao país, ou seja a nós.
Em suma, ODEIO INJUSTIÇAS!
domingo, 25 de maio de 2008
Eu, em 6 palavras (II), agora a sério! *
quinta-feira, 22 de maio de 2008
Ai que Mimo!
O Zé Pedro comentou hoje pela primeira vez aqui. Como imaginam, fiquei radiante, e penso que isso seja visível no post anterior a este.
O que não mostrei foi como as saudades se me colaram à pele quase no mesmo instante.
Dei comigo a ver fotografias dele e não resisto a deixar aqui estas, que o mostram no seu Elemento!
É lindo, não é?
E eu não sou nada Mãe-Galinha, pois não?
Carta ao Meu Filho
Adorei quando me ligou a dizer que finalmente tinha comentado aqui. Acho que nunca tinha "aberto" os comentários ao meu blog com tantos "nervos". O que é que o meu filho lindo terá escrito?, pensava eu enquanto esta coisa ligava...
E agora aqui estou eu a tentar responder, depois de me ter comovido, como quando você era pequenino e fazia ginástica nas festas do colégio, ou como quando, no jantar dos seus 18 anos, sacou de um papel do bolso, e fez um discurso lindo!
AI C'ÓRGULHO NO MEU FILHO!
Pois é, Querido, eu sou assim: só não tinha percebido que havia uma Mãe diferente antes e depois do blog. Será? Mas adorei saber E como sabe, se calhar há muito tempo, gosto de sonhar. Por isso, acho que a inteligência está na procura das coisas que são importantes para nós. Como a Praia da Luz, que pode já não "ser nossa" como foi, mas que, por isso mesmo, se tornou importante, e por isso a procuramos.
Oooooops, és capaz de ter razão, não havia necessidade de enquadrar a Rocha Negra com as palmeiras, que são posteriores ao tempo da “nossa” praia, não é? E foi preciso dizer-me isso para eu me aperceber… da foleirada! Estás desculpado, porque, logo a seguir dizes que “não é conversa de cota” falar da erosão da falésia e antes tinhas escrito “um filho nem sempre tem oportunidade de ouvir a Mãe assim, nua e crua". Por isso tenho-me babado todo aqui no meu cantinho ao sol, a ler as histórias, as recordações, os pensamentos e devaneios da minha Mãe Querida.”
Então os bolos de Odiáxere voltaram a abrir à noite? Não sabia ou não me lembrava, mas, seja de onde for, adoro os bolinhos que trazes.
Também ficou com vontade de experimentar os cogumelos do Golfinho? Temos que lá ir.
Ó senhor quase biólogo marinho, escusava de achincalhar a sua-Mãezinha,-essa- santa,- benza-a-Deus, por causa dos PERCEBES… Pronto, é PERCEVES (Understands, no Verão (LOL))!!! Já PERCEVI!
Fico à espera do seu retorno ao universo bloguista! A sério!
Adoro-te, Miúdo!
Um beijo enorme da
Mãe
terça-feira, 20 de maio de 2008
Quanta Luz!
Descobríramos há tempos esta paixão comum, a luz que para nós representa esta praia, e que se percebe em cada frase do seu texto.
Com uns anos a mais, a minha experiência é, porém, bem semelhante. Afinal, a Luz atravessa diferentes gerações marcando todas com uma doçura muito especial. É a intemporalidade das coisas boas, que, com ternura, gostamos sempre de recordar.
Apetece-me acrescentar algumas notas ao que foi dito:
A erosão da falésia que nos acompanha até à Rocha Negra é bem mais visível e assustadora nos últimos anos. Não sei se alguma vez alguém apanhou um susto, mas já vi cair bocados de rocha lá de cima, depois de ouvir um enorme “rugido”, num fim-de-semana de Outono, na esplanada do Mar à Vista, mesmo em frente à rampa da praia. Talvez há dois ou três Verões, alguém (a Capitania, a Polícia Marítima ou a Protecção Civil?) colocara, a uns 5 ou 6 metros da “parede” de rocha e terra que agora tem mais plantas que ali crescem junto aos fios de água que por ali vão descendo, uns pequenos postes com fita sinalizadora encarnada e branca a ligá-los e umas placas de aviso de derrocada. E não é que os turistas veraneantes insistiam em instalar-se com os guarda-sóis, toalhas, baldes e forminhas e toda a parafernália de tralha, mesmo encostadinhos à fita e aos postes? O que é certo é que a sinalização desapareceu e não voltou. E o passeio à Rocha Negra é parte importante de qualquer dia de praia na Praia da Luz. E as rochas entre a falésia e o mar não param de nos surpreender, ora mais à vista, ora tapadas de areia vinda com a última maré.
O Privé, aquela mistura que conseguimos achar saudável nas férias, de “bifes”, locais e turistas, que somos nós (porque nem uma coisa nem outra das anteriores), onde hoje em dia quase todos os que não são locais nem “bifes” têm o estranho hábito de me chamar “tia”, porque são quase toooooodos da geração do meu filho. Mas é de quando não havia nem Privé, nem Mirage (onde nunca entrei, porque quem lá vai são só “bifes” e miudagem mais nova ainda do que o meu filho), do The Mad Hatters, de há 30 anos, no Burgau, que guardo as mais divertidas e ternurentas recordações, dos namoros de Verão embalados nos slows, das boleias, das combinações no Café dos Pescadores do Sr. Fernando, antes da ida. Quase ninguém tinha carta ainda, e lá íamos como sardinha em lata, para aí uns vinte, em dois ou três carros. Desses vinte, a maior parte optou por outras paragens e hoje somos talvez meia-dúzia e nem sempre vamos de férias na mesma altura.
Mais tarde, foi o Horta 2, à saída de Lagos para Portimão e, nessa altura, ainda éramos muitos. E os bolos, depois, em Odiáxere, com o pasteleiro ensonado a perguntar o que queríamos e a deliberar, perante as nossas indecisões e a diversidade das nossas escolhas, assertivo: “hoje é bolas-de-berlim para toda a gente, senão nunca mais me desamparam a loja”. Mais tarde, tal era a confusão de carros e gente à sua porta, foram proibidos de vender de noite, coitados. E passámos a ir aos bolos a Espiche. Agora já se podem comprar mesmo na Praia da Luz, mas eu nunca lá fui, porque às horas a que estão abertos de noite, já eu costumo estar a dormir. Quando muito, tenho um presente de pastéis de nata para o pequeno-almoço. E sabe-me tão bem esse mimo do meu filho!
Que visão, Sr. Baptista! De um mini-mercado pequenino, evoluiu para um dos melhores supermercados que conheço. A propósito, alguém conhece o Sr. Baptista? A Dora, se é a mesma em que estou a pensar, acho que só tem os gémeos, e estão enormes. O Baltazar, essa figura incontornável, pelo menos daquele nosso lado da vila, lá continua com o seu cabelo asa-de-corvo. Cá para mim é pintado! Ele é igual desde os meus 15 anos!
E o cinema? Apesar dos filmes da treta e do cheiro (misto de cloro e chichi, por ficar debaixo de uma piscina, presumo), tem um dos melhores espaços entre filas que já vi. Ou tinha, porque no último fim-de-semana que lá estive estava com um letreiro na porta a dizer “Fechado”. Seria só por ser época baixa?
Cogumelos no Golfinho? Nunca provei. Aliás, acho que nunca lá fui, não sei porquê. Talvez experimente este ano. Mas jantares na Concha, foram os dos meus anos durante anos a fio. Depois cansei-me de termos de insistir sempre que o peixe grelhado não é com batatas fritas, e que as sardinhas sem pimentos assados não são sardinhas, e passei a variar. Lembro-me dos mexilhões no Rocha Negra, mas do que me estou agora a lembrar é que no seu lugar, vazio há anos, estava agora uma outra casinha em madeira, fechada, e que me esqueci de perguntar o que será. Mariscos e petiscos na nossa praia, há muito pouco. Nem percebes ali de tão perto. Não há em parte nenhuma, que eu saiba. Para isso, vale a pena, sim, ir a Sagres ou a Vila do Bispo, onde há anos vi um quadro preto, à entrada de uma dessas tasquinhas, a aliciar os turistas: “Há PERCEBES” e por baixo “UNDERSTANDS”. Na Praia da Luz houve marisco/petisco, durante muitos anos, mas lá em casa, quando o meu Pai ia aos camarões, manhãzinha cedo, na maré vazia. Uma vez à noite até levei camarão para “Os Pescadores” e estivemos a comê-los na esplanada, com cervejas compradas ao Sr. Fernando. Havia camarão quase todos os dias, às vezes santolas, polvos. Muitas vezes o meu Pai ia ao Amado ou ao Zavial e levava o carro cheio de miudagem (da que ainda não saía à noite, porque a partida era muito cedo), que não sei se ia pela aventura do camaroeiro, ou pelo pão quente, óptimo, que costumávamos comprar já não sei onde e comer com manteiga levada de casa, que sabia pela vida. Mais tarde, o meu Pai levava o meu filho e os amigos dele, filhos de amigos meus, todos muito pequenos, e quando voltavam, vinham cansados mas felizes. Se as marés não eram boas, o Pai ia ao mercado a Lagos e aparecia com qualquer coisa para petiscarmos ao jantar. Nunca mais comi salada de búzio como naquela altura.
E a prainha, que no último Verão estava enorme, cheia de areia, se as marés e os ventos quiserem, estará no próximo, como a vi há dias: rochas descarnadas, imensas, em declive até ao mar, quase lisas, como que convidando-nos a ficar ali a olhar o azul, sem pena de que não haja areia onde estender a toalha.
A luz, essa, estará sempre lá à nossa espera.
quinta-feira, 15 de maio de 2008
Um blog apaixonante!
Estávamos a precisar de mimo, eu e blog. Ficámos muuuuuuuito contentes os dois!
quarta-feira, 14 de maio de 2008
terça-feira, 6 de maio de 2008
Galiza e outros dias
Primeiro, um fim-de-semana grande na Galiza.
Uma casa linda, com gente linda, por dentro e por fora. Uma mesa grande onde nos encontrávamos logo de manhã para o pequeno-almoço e onde voltámos para quase todas as outras refeições, todos juntos. Éramos sempre dez a esta mesa, com idades entre os 15 e os quase 80. Refeições animadas, muita conversa, muito riso, como eu gosto de um modo especial, talvez porque, por sermos poucos, a mesa em nossa casa nunca precisou de ser grande no dia-a-dia.
Foi assim que Santiago de Compostela se mostrou: linda, com as suas pedras escuras e muito verde nos jardins e nos canteiros bem tratados. A Catedral, imponente, recortava-se num céu azulíssimo e sem nuvens. E lá dentro, toda aquela história e todas as histórias que fazem de Santiago um dos grandes centros de peregrinação do Ocidente, sentimos uma atmosfera especial.
Depois, quatro dias em casa, para descansar e tratar de algumas coisas que só em férias conseguimos fazer sem stress.
De seguida, mais três dias em casa da Mãe, como dantes, como sempre. Mas não tão calmos. No primeiro dia, jantar com amigos num restaurantezinho da terra, onde os levámos para provarem o ensopado de enguias, o torricado e a açorda de sável. E onde o T. me perguntou: “Como é que nos conheces desde sempre e só agora nos trazes aqui?”
No dia seguinte, era dia de mercado mensal, tipo feira. Combinei ir com as minhas primas B., M. e A., que encontram sempre coisas fantásticas nestas coisas. Depois almoço no páteo de casa da B., com todas elas, o S., o T. e as crianças. Às cinco horas, Missa Flamenca, a abrir as comemorações do mês da cultura taurina, muito bem cantada pela Irmandade de Puebla Del Rio, Sevilha, que acabou bastante depois das seis… E a seguir, a inauguração de uma exposição, jantarada em casa de um amigo, e mais flamenco pelo grupo que cantara a Missa…