domingo, 5 de outubro de 2008

Gonçalo

Quando acabou, imaginámo-nos, daí a muitos anos, a partilhar o mesmo quarto num lar de terceira idade. No fim, poderíamos ficar juntos outra vez , conversar e rir muito, ajudar-nos um ao outro com as bengalas ou os andarilhos, e até embirrar um com o outro de vez em quando, como velhinhos que seríamos então.
As nossas vidas mudaram.
Hoje, depois de tanto sofrimento, foste embora, procurando noutro lado o que aqui não tinhas. E eu sei que vais encontrar tudo o que te faltou. Se não acreditasse que a vida não acaba aqui, teria passado a acreditar hoje mesmo. Simplesmente porque tu merecias mais.
Deus, que parecia ter-te esquecido, toma agora conta de ti. Com muito mais cuidado do que é possível a qualquer mãe ou pai, com muito mais carinho do que qualquer filho é capaz, com uma paixão bem mais forte do que qualquer mulher, amante ou namorada, por mais apaixonada que esteja. Porque embora não parecesse, Deus gosta de ti incondicionalmente, Gonçalo.
Agora, sim, meu querido, podes descansar. Estás finalmente em paz.
Até sempre, Gonçalo.

4 comentários:

Mad disse...

Telefona-me. Um grande beijo.

tcl disse...

Sabes, é quando leio estas coisas assim que percebo quanta falta me faz não ter um Deus à séria em quem acreditar.

Fica bem.

ana v. disse...

Deixaste-me a pensar, Rosa. Tu e o Gonçalo, na verdade, deixaram-me a pensar. E pensar faz-nos bem, mesmo quando não nos apetece pensar.

Um beijo

Anónimo disse...

QUERIDA ROSA,
UM GND BJ E AQUELE ABRAÇO "QUEBRA-OSSOS"
JOANA